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Psicoterapia: Como defini-la?

Úlceras de Decúbito

Piscina aquecida: como beneficiar no tratamento de pacientes

Psicoterapia: o Poder da Mudança nas Mãos do Paciente

Psicólogo? Eu não sou Louco!

Doenças Psicossomáticas: Dores da Alma Doendo no Corpo

Atendimento Psicológico: Importância desse Serviço para Policiais Militares

Deficiência Física Adquirida e Sofrimento Mental

Stress Ocupacional em Policiais Militares: Como Vencer Esse Inimigo?

Profissão: Policial Militar

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Psicoterapia: Como defini-la?

Psicoterapia: Como defini-la?Consiste na terapia da mente (psico do grego psykhé: psique, alma, mente), onde o paciente através de sua fala e de sua postura no espaço terapêutico vai mostrar quem é, revelando-se pouco a pouco através do seu modo de ser, sentir e agir. A empatia com o profissional é fundamental para seu desenvolvimento, pois é através do vínculo estabelecido entre paciente e psicólogo, o vínculo terapêutico, que se baseará todo processo.

Não é simplesmente verbalizar situações, relatar fatos, falar através da boca. É mais do que isso. É uma fala através das sensações, percepções e sentimentos. Talvez seja por isso que muitas pessoas não conseguem compreender e nem vivenciar esse processo, pois tem dificuldade de entrar em contato com sua parte afetivo emocional

É uma fala que trás em si a essência de emoções e desejos e que permite não só ao outro ouvi-lo como também permite que a pessoa ouça a si mesmo. Podemos compará-la ao eco, onde ao fazer barulho este se repete fora, ecoando novamente dentro de você.

Ao verbalizar suas questões, ao mesmo tempo as ouve, e é esse ouvir, que possibilitará ver-se de novo, sem máscaras e censuras. É esse re-olhar do paciente juntamente com as colocações do terapeuta que possibilitará as compreensões e insights necessários para que ocorram as modificações desejadas.

A confiança no psicoterapeuta, à vontade e a motivação do paciente, sua disponibilidade interna para efetuar mudanças, são questões imprescindíveis, pois sem o desejo e o envolvimento deste não há psicoterapia, ou não há sucesso na psicoterapia. Pois não é fácil se deparar com as falhas e limitações que causaram/causa a dor psíquica e muitas vezes é tentador a vontade de desistir. É um processo que requer coragem para encarar os fantasmas internos, o lado infantil, imaturo, aceitando rever seus contornos e refazê-los.

Mas não tem jeito, cabe ao paciente enfrentar sua dor, para depois usufruir o alívio e o bem-estar. Não tem como pular etapas. Ao psicoterapeuta caberá acompanhá-lo, buscando auxiliá-lo na descoberta das causas de suas dificuldades, na compreensão de seus porquês e na re-significação de seus significados e sentimentos.

O espaço psicoterapêutico é como um ninho, abrigando, acolhendo, aguardando pacientemente o novo ser em gestação, onde, se suportar as tempestades, poderá acompanhar os primeiros passos, as tentativas e aprendizagens que possibilitaram alçar vôos cada vez mais altos, descobrindo a imensidão dentro de si mesmo.

Telma Silva
Psicóloga e atende os associados na representação da APMDFESP
na cidade de Campinas.

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Úlceras de Decúbito

Úlceras de decúbitoAs úlceras de decúbito, ou pressão, são definidas como lesões de pele ou partes moles originadas de isquemia tecidual prolongada. Qualquer posição mantida por um paciente durante um longo período de tempo pode provocar lesão tecidual, principalmente em tecidos que sobrepõe uma proeminência óssea, devido à presença de pouco tecido subcutâneo nessas regiões. A compressão dessas áreas diminui o fluxo sanguíneo local e facilita o surgimento de lesão por isquemia tecidual e necrose.

As úlceras de decúbito têm prevalência e incidência elevadas tanto nos tratamentos agudo e de longo prazo de clientes hospitalizados ou acamados, e podem se desenvolver em 24 horas ou espaçar 5 dias para sua manifestação.

A prevenção da úlcera por pressão é o meio mais eficaz de administrar esse potencial problema, sendo válida a máxima “melhor prevenir do que remediar”. Uma vez instalados, esses ferimentos são de acometimento progressivo e de difícil cicatrização, Existem fatores de risco, que atuam como facilitadores para o desenvolvimento dessa patologia. A atuação preventiva deve contemplar medidas que atuem nos fatores de risco, através de uma abordagem multidisciplinar centrada no paciente.

A úlcera de decúbito pode originar-se em todas as posições que sejam mantidas prolongadamente um paciente. Essas áreas incluem as regiões sacrais, coccígenas, tuberosidades isquiáticas, trocânter maior, calcâneo, maléolos, côndilo medial da tíbia, cabeça da fíbula, escápula, cotovelo, processos acromiais e cristas ilíacas.

Os pacientes confinados no leito, ou em Cadeira de rodas, por um período longo, ou pacientes que apresentam dificuldades sensoriais, motoras, ou cognitivas prejudicadas são os mais suscetíveis para o desenvolvimento de úlceras de pressão, pois ficam sujeitos a imobilidade prolongada. As principais condições que contribuem para a imobilidade são: o acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, lesão medular, traumatismo craniano, estados de coma, sedação excessiva, depressão, fraqueza e confusão.

Para a profilaxia deve ser promovidas mudanças de decúbito a cada 2 a 3 horas, visando redução da força de cisalhamento e a pressão no local. A pele deve ser avaliada a cada mudança de decúbito quanto à temperatura, presença de eritema e bolhas que são indicadores de provável rompimento do tecido. Os sinais de lesão na pele são mais difíceis de serem observados entre pacientes de cor parda e negra, exigindo assim maior atenção da equipe. A higiene corporal deve ser realizada com sabonete neutro ou sabonete líquido específico. A pele deve ser limpa e removidos todos os resíduos de soluções e completamente seca. A cama deve ser limpa e seca, com roupas de tecido não irritantes, lisos, não engomados e sempre esticados evitando dobras. Coberturas plásticas ou protetores de cama.

O travesseiro, almofadas, e protetores de espuma são equipamentos usados no reposicionamento e proporcionam alinhamento corporal correto, aliviando a pressão em diversos pontos do corpo principalmente sobre proeminências ósseas. Outros cuidados preventivos são os exercícios ativos e passivos, que são essenciais, pois aumentam o tônus muscular da pele, ativa a circulação, aumenta a demanda de oxigênio, reduz a isquemia tissular e a elevação dos membros inferiores promove o retorno venoso, diminui a congestão e melhora a perfusão tissular.

Marcelo Polacow Bisson
Capitão Farmacêutico PM

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Piscina aquecida: como beneficiar no tratamento de pacientes

Hidroterapia Segundo os especialistas é um meio de tratamento estudado cientificamente que oferece benefícios que vão muito além da reabilitação física. A reabilitação em piscina terapêutica associa as propriedades físicas da água aos efeitos fisiológicos do calor, permitindo realização precoce de exercícios num ambiente seguro e de menor incidência de lesões. Propriedades que atuam diretamente no relaxamento muscular, alívio da dor, melhora da flexibilidade e bem estar psicológico.

O mau uso, descuido ou pouco conhecimento da piscina terapêutica, implicam em sérios problemas, que podem inviabilizar por um longo período o tratamento, causando transtornos para os pacientes e profissionais que aplicam a técnica. Lembrando que na APMDFESP o foco sempre será terapêutico, aplicando portanto somente a hidroterapia.

O que é hidroterapia?
É o tratamento fisioterapêutico realizado em piscina aquecida com temperatura média entre 33 a 35 graus, sendo utilizada para tratar diversas doenças que são beneficiadas tanto pelo efeito das propriedades físicas da água aquecida, quanto pelas técnicas específicas aplicadas por fisioterapeutas.

Para que serve?
As indicações para hidroterapia são as mais variadas, como por exemplo reumáticas, doenças, distúrbios neurológicos, osteomusculares tendíneos e pós-operatórios entre outros.

Qualquer pessoa pode fazer?
Desde que passe por uma criteriosa avaliação prévia com o médico e o fisioterapeuta. Algumas contra-indicações relativas devem ser consideradas, como infecções de pele, doenças vasculares periféricas e, incontinência urinária e fecal, além de cardiopatias severas e outros critérios adotados pelo médico.

A terapia em piscina aquecida combina componentes e vantagens de numerosas teorias de tratamento e técnicas de exercícios, proporcionando ao paciente:
- alívio da dor e espasmos musculares;
- manutenção ou aumento da amplitude de movimento articular;
- fortalecimento muscular e treino de resistência;
- reeducação dos músculos paralisados;
- melhora na circulação e diminuição de edemas;
- manutenção e melhora do equilíbrio, propriocepção, postura e coordenação.

A fisioterapia aquática é usada em tratamento de pacientes das mais diversas patologias, como:
- ortopedia e traumatologia - problemas da coluna vertebral, fraturas, pré e pós-operatórios e inflamações;
- neurologia (adulto e infantil) - AVC, pré e pós-operatório, paralisia cerebral, síndrome de down, etc;
- reumatologia, artrites, fibromialgia, etc;
- geriatria - patologias diversas decorrentes ou não do envelhecimento;
- síndromes dolorosas.

Qual a diferença entre hidroterapia e hidroginástica?
A hidroginástica é orientada por professores de Educação Física, sendo realizada em pessoas que não apresentam nenhuma lesão física. São exercícios para manutenção da qualidade de vida. Já a hidroterapia é feita apenas por fisioterapeutas, em pacientes com alguma doença, onde é trabalhada uma área lesada, treinando as atividades de vida diária visando a reabilitação do paciente.

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Psicoterapia: o Poder da Mudança
nas Mãos do Paciente

Telma Silva – Psicóloga APMDFESP Campinas

Artigo Muitos pacientes chegam e querem colocar nas mãos do psicólogo a responsabilidade pela resolução de seus problemas, esperam que a gente lhes dê uma receita do que fazer para acabar com seu sofrimento e suas dores emocionais.

Mas o trabalho do psicólogo não ocorre dessa forma, a psicoterapia é um processo que ocorre fundamentalmente com a participação e a vontade do individuo, se este não tiver um interesse genuíno e verdadeiro, o processo não vai acontecer plenamente.

Alguns vem esperando uma resposta rápida, querendo culpar o profissional por alguma mudança que não ocorreu, mas quem faz a mudança é o paciente, o psicólogo apenas auxilia, apóia, segura na mão, como uma mãe que acompanha os primeiros passos de uma criança.

Cada pessoa tem seu tempo, sua história, suas motivações e muitas vezes a escolha do paciente pode ser em manter aquela sintomatologia que tanto lhe faz sofrer (mesmo que isso ocorra de forma não consciente). Resta ao psicólogo compreender e respeitar o tempo de cada um.

Cabe exclusivamente a pessoa a responsabilidade por suas vivencias, ninguém pode culpar os outros por suas escolhas, embora isso seja um recurso defensivo que freqüentemente utilizamos para colocar fora de nós a responsabilidade pelas coisas que não saiu como esperávamos.

Quantas mulheres reclamam do marido, o culpam pelo insucesso do casamento e optam por continuar com ele? Ou quantos homens não estão felizes com seu emprego, vivem falando mal do chefe e mesmo assim decidem permanecer naquele cargo?

O objetivo da psicoterapia não é resolver ou decidir algo para a pessoa, mas sim possibilitar que esta tenha uma decisão mais autônoma e consciente. Buscamos contribuir para que o indivíduo reflita sobre suas vivencias e sentimentos, facilitando o pensar sobre suas escolhas, levando-o a compreender suas reais motivações e desejos.

A psicoterapia vai auxiliar nesta descoberta do que a pessoa quer para si, do que a faz feliz e do que a faz sofrer, do que quer manter e do que quer excluir da sua vida.

Mas o poder da mudança está sempre nas mãos do paciente e qualquer alteração seja a nível de pensamento, sentimentos, atitudes, posturas, consciência, amadurecimento, depende unicamente do seu desejo e de seu interesse, caso contrario não será genuína e verdadeira.

Decidir não mudar e deixar as coisas como estão também é uma escolha. É o paciente tem esse direito.

e-mail: telsilva@fcm.unicamp.br

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Psicólogo? Eu não sou Louco!

Telma Silva - Psicóloga - APMDFESP Campinas

Eu não sou louco...

Essa é uma das frases freqüentemente ouvidas ao informar os usuários sobre o atendimento psicológico oferecido gratuitamente pela APMDFESP. O que parece ser uma simples brincadeira é algo muito sério, pois a falta de informação e o preconceito impedem que muitas pessoas possam se beneficiar desse serviço. Na maioria das vezes os pacientes chegam com a sintomatologia de um transtorno já instalado, situações que poderiam ter sido evitadas ou amenizadas com um atendimento anterior.

A falta de conhecimento ainda leva muitos a pensar que psicoterapia é só para situações onde um problema já está instalado, mas a psicoterapia também pode contribuir de forma preventiva auxiliando a evitar que um determinado quadro se manifeste. E comum as pessoas ignorarem os sinais emitidos pelo corpo e pela mente de que algo não vai bem, negam-se a encarar os fatos, acham que aquilo é normal, passageiro, muitas vezes buscam explicações não cientificas tentando enganar a si mesmos. Essa atitude acaba colaborando para o agravamento da situação, o que gera mais sofrimento.

É importante ficar atento a qualquer alteração física ou mental, uma mudança na rotina de humor, disposição física, sono, alimentação, sexualidade pode estar revelando que o sinal amarelo esta piscando e que é preciso observar. Se isso não for algo passageiro pode ser necessário recorrer ao auxilio de um profissional. Muitos não percebem que o atendimento psicológico é uma forma de investimento em si mesmo, pois proporcionará maior compreensão sobre sua maneira de ser, pensar, sentir e agir frente ao mundo, favorecendo um modo mais adequado de conduzir-se na vida.

De posse de um maior conhecimento sobre si a pessoa terá melhores condições de usar todo seu potencial, ampliando e desenvolvendo seus recursos internos e externos de forma a conquistar e manter seu bem estar emocional e sua qualidade de vida. Por isso não seja louco de não usufruir de um serviço onde o maior beneficiado é você mesmo.

e-mail: telsilva@fcm.unicamp.br

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Doenças Psicossomáticas:
Dores da Alma Doendo no Corpo

Telma Silva – Psicóloga APMDFESP/Campinas

A forma como agimos no mundo externo revela o que se passa também em nosso espaço interno ou psicológico, por isso as queixas físicas excluídas as doenças que possam justificá-las através da avaliação médica, podem estar revelando algo no nível emocional que precisa ser cuidado.

Muitas pessoas diante da dificuldade para verbalizar sentimentos e frente a impossibilidade de expressar suas angustias e insatisfações, podem sem se darem conta mostrar isso através do adoecimento do corpo.

As doenças psicossomáticas são recursos dos quais a mente se utiliza para mostrar através do corpo que alguma coisa em sua vida não vai bem.

Diante disso é preciso analisar seu ambiente interno (sentimentos, emoções, desejos, afetos) e externo (vida familiar, sexual, social, profissional). Se algo em um desses espaços não estiver bem poderá afetar e comprometer os outros também.

Normalmente são pessoas que tem grande dificuldade para contatar a parte subjetiva, o lado que abrange os afetos e as emoções, mostrando-se até frias e indiferentes aos sentimentos, não se dando conta da importância desse aspecto em sua vida.

Parecem não compreender a interferência do fator emocional no aspecto corporal e nem como as vivencias corporais afetam a saúde mental.

Trazem relatos focando a queixa física, as dores do corpo, os exames realizados, a peregrinação pelas diversas especialidades médicas, os procedimentos adotados, como se a parte física não tivesse nenhuma relação com o fator emocional.

Mas com o atendimento psicoterapêutico poderá ser possível amenizar ou reverter esse quadro, pois auxiliará a pessoa nomear seus sentimentos e angustias, aprendendo a verbalizar suas insatisfações com as situações.

Ao compreender melhor suas vivencias e os sentimentos a elas relacionados, poderá utilizar-se de recursos internos mais elaborados, não precisando usar do corpo para falar sobre as dores emocionais.

e-mail: telsilva@fcm.unicamp.br

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Atendimento Psicológico: Importância desse
Serviço para Policiais Militares

Telma Silva - Psicóloga APMDFESP-Campinas

O atendimento psicológico é um serviço oferecido gratuitamente pela APMDFESP a todos seus sócios e dependentes. Na representação de Campinas é disponibilizado o Plantão psicológico (um único atendimento no momento da crise ou situações de urgência) e Psicoterapia (atendimento semanal objetivando a compreensão e modificação de questões que contribuem para manifestação do sintoma / queixa).

No caso dos Policiais Militares esse serviço é importantíssimo e muito pode contribuir para preservar sua saúde mental, pois permite um espaço onde podem expressar as vivencias emocionais relacionados as ocorrências atendidas.

Ao verbalizar sentimentos, emoções e angustias durante o atendimento psicológico é possível elaborá-los e compreende-los, de forma a evitar que contribuam para desencadear alterações emocionais que possam levar ao desenvolvimento de uma sintomatologia mais séria no futuro. Entre os transtornos psicológicos ou psiquiátricos que freqüentemente afetam essa população se encontram o stress ocupacional, os quadros de ansiedade, depressão, a síndrome do pânico, dependência química, entre outros.

Em ambos os quadros a situação poderia ter sido evitada ou pelo menos amenizada se tivesse sido feito um acompanhamento psicológico anteriormente.

Porém, observa-se nesse meio que grande parte dos policiais ainda tem muita resistência a esse tipo de atendimento, não sei se por falta de conhecimento, por preconceito ou ainda por achar que dão conta de tudo, que são fortes.

Mas é preciso estarem atentos a como o fator emocional lida com as questões diárias de sua profissão. Porque são preparados para combater os inimigos externos, ter uma postura ativa e concreta diante de uma situação, mas em relação ao espaço psíquico os perigos são outros e chegam de uma forma quase imperceptível.

Por isso, diante de qualquer alteração emocional é importante buscar o auxilio de um psicólogo, pois exatamente como acontece no caso das doenças físicas, quanto mais cedo iniciar o tratamento mais fácil será a eliminação do problema.

e-mail: telsilva@fcm.unicamp.br

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Deficiência Física Adquirida e Sofrimento Mental

Telma Silva - Psicóloga APMDFESP-Campinas

A deficiência física adquirida ocasiona um intenso sofrimento mental, porque além de ser uma situação inesperada para o individuo é algo com o qual terá que conviver pelo resto da vida, exigindo novos hábitos e novas posturas, tanto para pessoa envolvida como para seus familiares.

É comum ocorrer inicialmente um processo de negação da situação, mas ao se aperceberem da impossibilidade de alterar a realidade, passam a vivenciar um processo de luto pela perda sofrida e sentida concretamente em seu corpo. Aquele corpo que antes era perfeito, agora apresenta uma incapacidade com a qual terá que conviver cabendo lhe apenas aceitar e aprender a lidar com ela.

Isso provoca uma ruptura no equilíbrio emocional sendo intensamente vivenciado sentimentos de tristeza, desespero, desorientação, desânimo, revolta, raiva, impulsividade, agressividade, culpa, medo, desesperança, insegurança, ansiedade, sentimentos de inferioridade, baixa auto-estima, etc.

É muito freqüente nestes casos a vivencia de um quadro depressivo, exigindo além do acompanhamento psicológico o tratamento psiquiátrico.

Essa desestruturação emocional atinge não só o individuo, mas toda sua família, pois todos precisam se adaptar a essa situação que requer novas aprendizagens, exigindo mudanças de comportamento e atitudes frente a pessoa, tanto para o auxilio na realização de tarefas diárias como também de apoio emocional (incentivo, força, paciência frente as alterações de humor, etc.).

A postura adotada por cada pessoa frente a essa realidade dependerá principalmente das suas características de personalidade, sua força de vontade, sua capacidade de resistência, sendo isso determinante na sua forma de reagir e enfrentar a situação.

O suporte emocional proporcionado pela psicoterapia é fundamental, pois contribuirá para diminuir o sofrimento vivenciado ajudando a lidar com sentimentos e angustias, facilitando sua reorganização pessoal e sua readaptação junto ao meio familiar e social.

A perda da independência física não implica necessariamente em perda da autonomia e a psicoterapia auxiliará a perceber que apesar de suas limitações pode se apropriar da sua vida, de seus recursos emocionais e das capacidades que não foram danificadas.

Assim é possível ter atitudes mais coerentes com sua verdadeira condição e vivenciar ativamente dos seus papeis pessoais e sociais não se refugiando no isolamento e na solidão.

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Stress Ocupacional em Policiais Militares:
Como Vencer Esse Inimigo?

Telma Silva - Psicóloga / APMDFESP-Campinas

Stress ocupacional consiste num conjunto de alterações físicas e psicológicas que se manifestam no decorrer do exercício de uma atividade profissional, geralmente em situações que exigem do individuo posturas e recursos (profissionais, intelectuais, mentais, sociais), além do que ele se encontra preparado para oferecer ou suportar naquele momento.

No caso dos policiais militares esse quadro é ainda mais comum, pois as características da profissão já favorecem sua instalação e manutenção. Também colabora a preocupação com os problemas familiares, sociais, financeiros e as características de personalidade de cada pessoa.

Por isso fique atento aos sinais que o corpo e a mente mandam, pois podem estar revelando um quadro de stress, entre eles é freqüente: o cansaço físico e mental, dificuldade para se concentrar, falta de paciência, irritabilidade, tensão emocional, angustia, sentimento de incapacidade ou inutilidade, frustração, desatenção, isolamento social, insônia ou sono exagerado, desanimo, baixa produtividade, vontade de fugir do seu ambiente de trabalho, entre outros.

Mas o que fazer para reverter esse quadro? Ou impedir que ele aconteça?

Primeiramente é necessário assumir sua existência: não adianta querer fingir que está tudo bem, negar o fato só vai colaborar para o problema se instalar e agravar cada vez mais. O segundo passo é buscar auxilio profissional: aceitar suas limitações, reconhecer que precisa de ajuda e procurar o atendimento psicológico. A medida que for se sentindo melhor ficará mais fácil buscar recursos (internos e externos) que auxiliam na diminuição e alivio do stress.

Além da psicoterapia é preciso investir também na vida familiar e social, por isso procure: participar da vida familiar (procure estar mais presente, disponível emocionalmente, interessado, envolvido, aberto para o dialogo e a afetividade); mantenha sua vida social (preserve as amizades, busque manter relacionamentos construtivos, priorize vínculos saudáveis); e adote posturas ativas e menos sedentárias (pratique algum esporte, faça algum trabalho voluntário, um hobby, desenvolva hábitos de vida saudáveis e prazerosos).

Cabe a cada um descobrir atitudes que possam colaborar para aumentar a qualidade de vida e conseqüentemente evitar o stress. Ir ao cinema pode ser algo extremamente prazeroso para quem gosta de filmes, mas para quem não gosta vai ser um stress a mais.

Pergunte sobre as coisas de que gosta e veja quantas delas abriu mão nos últimos tempos. É provável que vai se surpreender ao perceber que deixou de fazer muitas coisas de que gostava. Organize-se, arrume tempo para você, sua família, amigos, hobby, sonhos... assim você estará cuidando naturalmente da sua saúde física e mental e conseqüentemente lidara melhor com as exigências profissionais, sem se deixar vencer por esse inimigo invisível.

e-mail: telsilva@fcm.unicamp.br

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Profissão: Policial Militar

Telma Silva - Psicóloga / APMDFESP-Campinas

A profissão de policial militar diferencia-se das demais por uma serie de características, entre elas a perigosidade, o risco de vida, a imprevisibilidade, o inusitado, o desconhecido. Em seu dia a dia assiste se a violência, a dor, ao sofrimento, a crueldade, a injustiça, as limitações da lei, a vida, a sobrevida, a morte.

Este profissional lida como o que a sociedade cria de mais ruim (bandidos, traficantes, assassinos, etc) e trabalha com o que ser humano é capaz de fazer de pior (roubos, assassinatos, seqüestros, estupros, torturas físicas e psicológicas, etc, etc). Muitas vezes carecendo de melhores recursos, melhores salários, maior reconhecimento social e maior qualidade de vida. Mesmo assim, trabalha sempre disposto a manter a ordem e preservar a vida do cidadão de bem.

Mas nosso policial não é o policial do imaginário infantil nem o super herói dos desenhos em quadrinhos. Não tem garantia de um final feliz ao final do dia, ao final de um turno, ao final de um bico. Não sabe qual a próxima ocorrência vai atender, nem se vai sair vivo dela. Mas sabe que tem uma família em casa lhe esperando, mas sabe também que o bandido não vai pensar nela ao lhe apontar uma arma.

Conviver o tempo todo com isso não é fácil...

Não é difícil entender porque vários desses profissionais sofrem de stress, depressão, quadros de ansiedade, pânico, alguns buscam no prazer imediato do álcool e das drogas algum subterfúgio, outros numa atitude ultima do desespero chegam ao extremo de tirar a própria vida.

Mas ainda não é só isso, muitos ao terminarem o expediente e voltarem são e salvos para suas casas em vez de encontrar um ambiente de amor e afetividade, se deparam com cobranças, brigas, incompreensões...

Outros, mal tem tempo para dormir após virarem a noite num plantão, pois sua família precisa de atenção, os filhos querem carinho, sua mulher precisa falar sobre os problemas domésticos, as contas a pagar, as dificuldades das crianças na escola, a data do aniversario que você esqueceu...

É... você não é só profissional, é homem, cidadão, esposo, pai, companheiro, amigo, amante... e sua família tem o direito de querer sua presença, sua atenção, seu amor, sua afetividade.

Você é muito importante, e não é só para sociedade. Por isso, cuide-se.

Utilize sua coragem: para lutar por si mesmo.

Use sua força para defender-se: das doenças físicas e psicológicas.

Cuide do seu território interno: emoções, sentimentos, afetos.

Explore e conheça toda sua extensão: potencialidades, desejos, sonhos, fantasias.

Usufrua de todas suas capacidades: exerça a habilidade do afeto, amor, sensibilidade, criatividade.

Policial, cuide-se: você é seu maior bem.

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